O apartheid social que existe no Brasil há 500 anos acontece
também na literatura. São Paulo conhece o Rio de Janeiro. O Rio de Janeiro
conhece São Paulo. Os dois conhecem um pouco de Minas Gerais e Paraná. Ponto. O
resto do país não existe em nosso sistema literário (com as exceções de João
Cabral de Melo Neto, regionalismo da década de 1930 e pouco mais do que isso).
Quem conhece a poesia contemporânea da Bahia? A prosa atual do Maranhão? A
dramaturgia do Espírito Santo? A ensaística de Sergipe? A crítica literária de
Alagoas? Precisamos derrubar os muros.
Claudio Daniel
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