quarta-feira, 20 de janeiro de 2016


O apartheid social que existe no Brasil há 500 anos acontece também na literatura. São Paulo conhece o Rio de Janeiro. O Rio de Janeiro conhece São Paulo. Os dois conhecem um pouco de Minas Gerais e Paraná. Ponto. O resto do país não existe em nosso sistema literário (com as exceções de João Cabral de Melo Neto, regionalismo da década de 1930 e pouco mais do que isso). Quem conhece a poesia contemporânea da Bahia? A prosa atual do Maranhão? A dramaturgia do Espírito Santo? A ensaística de Sergipe? A crítica literária de Alagoas? Precisamos derrubar os muros.

Claudio Daniel

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