a única conclusão verdadeira (no sentido forte de termo -
pra usar o jargão acadêmico) que chego, enquanto estou aqui, neste terrível
domingo de sol, me dedicando à minha tese, é que, quando terminá-la, quero me
dedicar à plantação de batatas e criar galinhas (talvez, coelhos, como o
raduan); não porque tenha me cansado de estudar - não sei ao certo porque meu
saco está cheio (no sentido forte do termo), estou longe de ter raiva da
universidade - diria que é o contrário disso; talvez, o que me chateie é o
excesso de falsa intelectualidade que envolve todo este mundo de que faço
parte, falta um certo sentido de autenticidade ou "arqué" (no sentido
forte de termo), ou talvez seja o fato de estudar a porra do herberto hélder.
estudar poesia e chegar a um princípio de pensamento é dilacerante, uma morte,
uma catarse (no sentido forte do termo), donde daí, há que se reconstruir a si.
ficar de babação de ovo, depois de ter dito tudo o que já tinha a dizer, é uma
contradição. já matei vários eus de mim e renasci: matei a criança doce; o
adolescente rebelde; o poeta menor de botequim e, em breve, matarei o
acadêmico. quero me dedicar a criar o "seu teca", preferencialmente,
num sitio, quiçá dando aula para criancinhas - que possuem uma visão de mundo
isenta desse clichezão culto do qual todo mundo quer fazer parte.
ps: e terei um alambique. hehehe.
William Teca
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