sexta-feira, 22 de janeiro de 2016

Jardins da noite


Desoladas
as minhas mãos
cobertas de silêncios
disfarçam a ternura,
assente num colo sem ninho
suplício, nas manhãs
em que acordo insónia,
flor sem fragrância...
agonia, nas noites
em que adormeço pétala,
num leito sem rosto...
Reclusa
nos jardins da noite,
abrigo-me na penumbra
onde despontam
luares de coral:
exausta de quimeras,
embrulho os sonhos de cristal
e fecho a cadeado,
as paixões
que o céu não quis enxergar...

Ana Andrade

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