sábado, 3 de janeiro de 2015

A Flor da Pimenteira


A brava e vermelha pimenteira
É faceira e muito traiçoeira!       
Só uma flor pode salvar
A sua triste alma ao luar!

A pimenteira é perigosa
Quando fica perto do jardim
Pois ela tem inveja da rosa
E muito ciúme do jasmim

Mas quando a egoísta pimenta
Descobre que pode gerar uma flor
Com aroma refrescante de menta
Seu espírito transforma-se em amor

A meiga flor da pimenta
Tem pétalas leves e macias
Que tiram tudo o que atormenta
Esta planta repleta de agonias!

A flor da pimenta é uma estrela branca
Que, na escuridão, fica toda cintilante
Graças a sua alma doce e franca
Mais rara que um nobre diamante!

A flor da pimenta vira um querubim
E suas pétalas transformam-se em asas macias
Quando a flor brota no jardim
Através das aves e suas melodias

Pimenteira carmim com flor branca ao vento
Transforma-se em uma linda dançarina espanhola
Bailando, ao som da brisa, com sentimento
Acompanhada de uma cigana viola!

Porém quando a pimenteira
Continua cruel sem nenhum tom
A flor desta planta feiticeira
Torna-se murcha e marrom!

A brava e vermelha pimenteira
É faceira e muito traiçoeira!       
Só uma flor pode salvar
A sua triste alma ao luar.

Luciana do Rocio Mallon

Um comentário:

Anderson Carlos Maciel disse...

Luciana, fofa, sigo teus passos desde o tempo de oficina na biblioteca pública naqueles murais. Imagino que evoluiu desde aquelas inocentes poesias. Quanta graça, quanta luz, quanto arrebatamento. Dançamos aqui na ECT, as vossas baladas do amor eterno da elite toda nossa intelectual Curitibana.