domingo, 5 de julho de 2015

Bárbara Lia

Esta angústia de um título que nunca nasce, que colide com um título que brota antes de outro livro existir: Amor tamanho único.
Uma palavra que resume o momento e o romance ganha um rosto, um motivo, um enlace, todo o enredo contido na grega palavra - Hamartía - e toda a espera dilui.
Escrever é a aventura mais misteriosa que a vida traz.
Ainda faz frio como quando a vida era fria, mas, a vida não é mais.
Ainda existe no ar os antigos ranços e as frases que cortaram a pele, rasgaram ao meio a retina do meu olho esquerdo, mas, não dói mais...
A vida é um risco, esta carência de estrela, esta noite insone que a gente leva em uma cadência de trem nos trilhos, atravessar túneis, montanhas, dar de cara com o escancarado céu, atravessar abismos, raptar flores das encostas...
Ontem chorei com a vida de uma menina com nome de flor - Miral.
Ontem pensei na mulher como esta pequena flor de beira de estrada, onde nem todo o furor poético e obra vale para uma FLIP, pois a menina envelheceu, a menina tem sessenta anos, não é musa, é só a profusa poesia que ela leva como a pipa se eleva pra ser lâmpada no céu. Ainda que o neto insista que Pipa é Pipa. Ponto final.

A vida vale, tanto... Sem Flip, sem nada que coroe os versos, pois eles são, na realidade, aquela boia atirada ao náufrago poeta. Os poemas, realmente, sempre e pra todo sempre, primeiro salvam os poetas que o geraram, salvam e levam, mar adentro, para bem mais, para além de coisas pequenas, palcos, aplausos, festivais...

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