sexta-feira, 3 de julho de 2015

● nem os olhos meu senhor ●
● ali onde se erguem macieiras silvestres ●
● q se realizarão nas nossas tortas ●
● no fundo o senhor compreende ●
● não so o bom gosto e a finura das maçãs ●
● mas o pouco de raspas de canela negra ●
● sem isso sem as raspas meu senhor ●
● nossas tortas não valeriam nada ●
● nem teriam esse odor de terra velha ●
● esse mesmo meu senhor ●
● q todo fim de tarde e noites nos alegra ●
● porq parece q respiramos a vida ●
● assim o corpo os dedos e os olhos ●
● tudo isso do corpo meu senhor ●
● se alegra e reverencia a estepe ●
● depois sabemos todos o q sera ●
● não somente de nos mas da terra ●
● dela e de todas as suas macieiras ●
● porisso meu senhor venha descansar ●
● com uma fatia das nossas tortas ●
● sentindo a terra e as maças ●
● olhando pela vidraça as macieiras ●
● essa coisa imensa q nos invade ●
● so assim sabera bem o q é devido ●
● depois meu senhor sabemos ●
● q virão as armadilhas pros lobos ●
● vira sangue molhando a terra ●
● assim meu senhor sabemos ●
● q as macieiras se tornam acidas ●
● as maçãs gozam antes das tortas ●
● nem mesmo as raspas de canela ●
● sabem salvar a terra sonhando ●
● e as tortas são esse espirito ●
● no fundo o senhor compreende ●
● q lobos não podem ser sangrados ●
● e tortas não podem desaparecer ●
● não podemos ficar expostos ●
● a esse infinito espaço noturno ●
● sem nossas tortas e nossos lobos ●
● os cães começarão a uivar pra nada ●
● com esse berro todo e tão selvagem ●
● q não saberemos mais o q fazer ●
● isso tudo no limite das forças ●
● nos deixara amordaçados e a fome ●
● sabera o q fazer meu senhor ●
● aceitamos tudo sempre em silencio ●
● agora esse silencio é grande demais ●
● tão grande q nada podemos fazer ●


*Alberto Lins Caldas 

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