quarta-feira, 4 de novembro de 2015

O ENTERRO DO LOBO BRANCO

"O cão branco-cinzento gania embaixo do caixão me olhava de viés e ela estava lúcida nunca a vi tão lúcida e calada senti um certo conforto não precisaria mais atar sua boca nem prender seus pulsos nem ameaçá-la com a arma e o estrondo de festim tentei chegar mais perto queria abrir sua blusa e soprar seus seios passar os dedos em suas auréolas roxas mas o cão gania então me afastei e um cheiro de cânfora tapou minhas narinas" 


Marcia Barbieri 

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