quero uma luz que me faça ver
na ana o que não é clara
e na clara o que não é gema
quero o poema da palavra escrita
maldita a dor de ainda ser poeta
quero a concreta carne da disputa
a bendita flecha do desejo
almejo o que não é seguro
o passo colocado em risco
a lâmina o abismo o cadafalso
quero uma luz que me faça ver
no escuro o que ainda não é claro
quando me deparo com a coisa
busco sempre entender o que ela é
as vezes é um mar tão profundo
que assim mesmo mergulho
mesmo sabendo que não vai dar pé.
Artur Gomes
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