Hoje assisti, na mídia, grupos de estudantes protestando
pelo direito de ter ar condicionado na sala de aula. Já estudei em lugares
quentes e posso dizer que o motivo desta algazarra toda é fútil. Pois os alunos
têm motivos mais nobres para reivindicar, exemplos: salários bons para os
professores, reformas em salas de aulas que estão aos pedaços e contra o desvio
do dinheiro da merenda escolar por corruptos.
Na minha época de estudante, quando fazia um calor infernal
na classe, eu pegava uma folha de rascunho, confeccionava um leque e me
abanava. Mas tinham meninas que traziam leques decorados, comprados em lojas de
presentes. Sem falar que num lindo dia, a professora de Educação Artística
ensinou como fazer leque com palito de sorvete.
Desta maneira, eu escrevia a lição com a mão direita e com a
esquerda abanava o leque. Assim passava de ano sem problemas e até hoje não
morri por causa do calor na classe. Porém confesso que sofri com salas sem
estruturas físicas quando eu estudei em estabelecimentos públicos. Porém sempre
tentava reivindicar os direitos dos alunos e dos professores. Mas nunca me
passou pela cabeça brigar por ar condicionado dentro da sala de aula. Por isto, me espanto com esta juventude cheia
de frescuras que em vez de protestar por problemas sérios, exigem futilidades
como ar condicionado.
O pior é que ano passado, dei uma palestra sobre lendas para
adolescentes, e um destes causos chamava-se Lenda do Leque. Então, uma
adolescente me perguntou:
- Professora, o que é leque?
Desta maneira mostrei o objeto e expliquei a sua origem.
Também dei a dica que é possível comprar este instrumento em lojas populares.
Luciana do Rocio Mallon
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