Entre a náusea e o êxtase,
não me decido: não sei se leio Sartre
ou São João da Cruz. E por que não
Camus? Ou Rumi?
É sempre essa escolha,
essa encruzilhada: por que não um “e” no lugar do “ou”?
um “mais” no lugar do “menos”?
No entanto, ocidental demais,
vou riscando meu traçado:
quanto mais avanço, menos sou,
quanto mais me embrenho, mais me perco
e vou deixando para trás, irremediáveis,
os caminhos que neguei.
Não, não há saída:
o homem é uma paixão inútil
– bonito de escrever –
ou um salto no escuro
– duro de viver.
Otto Leopoldo Winck
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