sábado, 27 de fevereiro de 2016

ÁRABES PIRAIENSES


Na minha infância e adolescência em Piraí do Sul conheci e convivi com vários membros de famílias árabes que lá residiam e/ou ainda residem. Eram elas: Abdala, Abdanur, Abrão, Ajuz, Avais, Chueiri, Constantino, Cury, El Achkar, Gataz, Jayme, Queiroz (originariamente Kiros) e talvez algumas outras famílias cujos nomes não me recordo agora.
O que me confundia era a denominação de povo árabe para os sírios e libaneses lá moradores, só mais tarde vim a entender a etnia e suas nacionalidades.
Lembro-me de que, quando eu era piá, tinha que ter cuidado de não chamar alguns de turcos, pois eles não gostavam sobremaneira.
O que marcou muito a minha memória gustativa foram os quibes que as mães de famílias árabes faziam, deliciosos.
O Ramis Cury foi meu companheiro de ginásio e sempre voltávamos juntos para casa, pois éramos vizinhos. Quando passávamos pela sua casa a sua mãe, dona Rosinha já tinha exposto à janela, para esfriar, uma bandeja de quibes, que nos oferecia. E nós, sem qualquer cerimônia aceitávamos na hora.
Convivi também com outros descendentes de árabes: um deles o Rodney Abrão Kalil Jayme, que trabalhou com meu pai, era um amigo excepcional, viajamos muitas vezes juntos. Ele era um grande vendedor e tinha total apoio do meu pai, tanto que com o passar do tempo abriu o seu próprio negócio e chegou a ser prefeito da cidade. Só agora é que me conscientizei de que ele também fazia parte da família árabe piraiense. Sempre o conheci como o Rodo e só fui atentar para o seu nome completo quando candidato. Outro era Nagib Daher, que se casou com a minha prima Santa. E também meu colega de ginásio Nagib, morador em Curiúva e que ajudou na compra do terreno da Igreja de São José.,o Jorge Constantino, a quem chamávamos carinhosamente de Ferreirinha, companheiro de futebol, o Jaudete Cury, que participava das nossas serenatas, e o Caco Queiroz, meu cunhado.

(Luiz Fanchin Jr)


 COLETÂNEA DE CAUSOS, CRÔNICAS E POEMAS "PIRAÍ DE ANTIGAMENTE"

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