Na minha infância e adolescência em Piraí do Sul conheci e
convivi com vários membros de famílias árabes que lá residiam e/ou ainda
residem. Eram elas: Abdala, Abdanur, Abrão, Ajuz, Avais, Chueiri, Constantino,
Cury, El Achkar, Gataz, Jayme, Queiroz (originariamente Kiros) e talvez algumas
outras famílias cujos nomes não me recordo agora.
O que me confundia era a denominação de povo árabe para os
sírios e libaneses lá moradores, só mais tarde vim a entender a etnia e suas
nacionalidades.
Lembro-me de que, quando eu era piá, tinha que ter cuidado
de não chamar alguns de turcos, pois eles não gostavam sobremaneira.
O que marcou muito a minha memória gustativa foram os quibes
que as mães de famílias árabes faziam, deliciosos.
O Ramis Cury foi meu companheiro de ginásio e sempre voltávamos
juntos para casa, pois éramos vizinhos. Quando passávamos pela sua casa a sua
mãe, dona Rosinha já tinha exposto à janela, para esfriar, uma bandeja de
quibes, que nos oferecia. E nós, sem qualquer cerimônia aceitávamos na hora.
Convivi também com outros descendentes de árabes: um deles o
Rodney Abrão Kalil Jayme, que trabalhou com meu pai, era um amigo excepcional,
viajamos muitas vezes juntos. Ele era um grande vendedor e tinha total apoio do
meu pai, tanto que com o passar do tempo abriu o seu próprio negócio e chegou a
ser prefeito da cidade. Só agora é que me conscientizei de que ele também fazia
parte da família árabe piraiense. Sempre o conheci como o Rodo e só fui atentar
para o seu nome completo quando candidato. Outro era Nagib Daher, que se casou
com a minha prima Santa. E também meu colega de ginásio Nagib, morador em
Curiúva e que ajudou na compra do terreno da Igreja de São José.,o Jorge
Constantino, a quem chamávamos carinhosamente de Ferreirinha, companheiro de
futebol, o Jaudete Cury, que participava das nossas serenatas, e o Caco
Queiroz, meu cunhado.
(Luiz Fanchin Jr)
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