Encalhado
na retina da saudade,
um esboço obstinado
levita nas noites acordadas
emprestando sonhos,
nuvens de água levada...
ecos dançando
numa colina de estrelas.
Encalhado
na folhagem do tempo
um poema
envolto em adornos de ternura,
aninha-se no ventre das horas
murmurando o nome
que os lábios não deixam esquecer.
Encalhado
no silêncio do poente
um amor proibido
desfia fragrâncias de sedução...
emprestando a boca
sem gosto de beijo.
Encalhado
nas rugas que uma lágrima remendou
descuida-se o sorriso
que ao degredo se condenou.
Ana Andrade
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