sábado, 23 de abril de 2016

Essa pavana é para uma defunta
infanta, bem-amada, ungida e santa,
e que foi encerrada num profundo
sepulcro recoberto pelos ramos
de salgueiros silvestres para nunca
ser retirada desse leito estranho
em que repousa ouvindo essa pavana
recomeçada sempre sem descanso,
sem consolo, através dos desenganos,
dos reveses e obstáculos da vida,
das ventanias que se insurgem contra
a chama inapagada, a eterna chama
que anima esta defunta infanta ungida
e bem-amada e para sempre santa.

(Jorge de Lima .do Livro de Sonetos.Alagoas. )

HOMENAGEM AO POETA JORGE DE LIMA(nascido em 23 de abril de 1893 e morto em 15 de novembro de 1953)


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