Na Idade Antiga, existia uma cigana chamada Elísia. Um certo
dia, ela sonhou com Santa Sara que disse-lhe:
- Sua missão é tornar-se a cigana da semeadura jogando
sementes através da dança com sua saia de babado, no solo dos agricultores que
merecem. Mas para saber quem merece esta dádiva faça o seguinte:
- Quando avistar uma plantação com problemas, vista-se de
mendiga. Então bata na porta dos proprietários deste lugar e peça uma esmola.
Se os donos derem uma prenda, é sinal de que merecem uma nova semeadura. Porém
se não derem, significa que eles não merecem esta sua ajuda.
A partir deste dia, Elísia seguiu os conselhos da santa.
Toda a vez que lhe davam uma esmola, a garota pegava sementes, colocava nos
babados da sua saia e dançava espalhando estes grãos no solo, que cresciam com
toda a força e traziam prosperidade aos locais.
O tempo passou e esta cigana faleceu. Quando chegou ao céu,
São Pedro falou:
- Seu espírito terá uma nova missão na Terra:
- Você reencarnará no futuro. Assim quando avistar pessoas,
da cidade, que precisem de ajuda, se vista de esfarrapada e peça esmolas a
elas. Se estas criaturas derem prendas a você, será sinal que você deverá
ajuda-las. Esta será sua missão por toda a eternidade.
Deste jeito, Elísia voltou ao mundo.
Antônio, um amigo meu que era descendente de ciganos, sabia
desta lenda. Nos anos noventa, ele trabalhava numa loja de materiais de
construção no bairro Uberaba, na cidade de Curitiba. Um certo dia, uma mendiga chegou
no balcão e disse-lhe:
- Moço, tem alguma coisa para dar?
Antônio deu a sua marmita, repleta de comida, e depois disse
a saudação cigana:
- Optchá!
A jovem respondeu:
- Optchá!
- Aposto que você já sabe quem eu sou.
No final do dia, o rapaz foi promovido à gerente e ganhou um
jantar gratuito numa promoção de uma rádio.
Reza a lenda que até hoje a cigana Elísia se disfarça de
mendiga para pedir esmolas. Deste jeito quem dá coisas para esta moça, acaba
recebendo uma boa surpresa no final do dia.
Luciana do Rocio Mallon
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