Nos anos setenta, num bairro chamado Uberaba em Curitiba,
havia um idoso catador de carrinho de papel apelidado de Bento que tinha um
cachorro branco e grande.
Reza a lenda que este ancião tinha poderes sobrenaturais e
seu cão também. Apesar destes boatos, ele vivia catando papel pelo bairro
inteiro, principalmente, no conjunto Jardim Centauro.
Quando ele estava sem o seu carrinho de madeira, este
velhinho costumava entrar por um “carreirinho”, um tipo de corredor aberto
entre muros de uma rua aparentemente sem saída, que tinha numa das ruas do
conjunto Jardim Centauro e que dava passagem para a rua da mercearia do Seu
Jair.
Na época, eu morria de medo de passar por este
“carreirinho”, pois existia a lenda de um tarado que perseguia as meninas que
entravam lá dentro e abusava delas.
Um dia Bento faleceu e como ele não tinha família seu
cachorro começou a rondar pelo bairro.
Numa madrugada, o cão passou pelo “carreirinho” e foi
esquartejado lá dentro. Então surgiu um boato que foi o famoso tarado do
“carreirinho” que matou o cachorro por pura maldade.
A partir daquele dia, alguns amigos que moravam naquele
local, passaram a ver um clarão e uivos de cachorro vindos de dentro do
“carreirinho”. Porém, quando entravam lá dentro, estes fenômenos desapareciam
misteriosamente.
Uma certa noite, uma cabeleireira apelidada de Dominique,
entrou naquele “carreirinho” para cortar caminho. De repente, um homem pulou em
cima desta moça e começou a sufoca-la. Naquele mesmo segundo, surgiu um cachorro
branco, todo iluminado. Assim o bicho mordeu o marginal, que saiu correndo.
Reza a lenda que até hoje o espírito do cachorro branco
protege as pessoas que passam pelo local.
Luciana do
Rocio Mallon
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