A obscuridade da tua crueza
Ironia despudorada
Abriu minha porta nua
E a eletricidade do teu canto
Rompeu com meus signos de pedra
Quantos anos de exílio
Merece esta loucura?
Um chute no infinito
E mais um hino devorado
Vastos campos de leite e pólen
No suadouro cativo deste menino
De peito liberto na ciranda
Em madrugadas sem saída
Da dor e do sentido
O escalpe definitivo
No canivete primordial
Minha confusão deita ao teu lado
Para sangrar meus ouvidos
Rita M.
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