sexta-feira, 24 de maio de 2013


Líamos os objetos no corredor.

Oh mundo enigmático!
Uma máscara deita seus olhos

Era aquela que conhecia
o terreno particular das texturas
A que adormecia ofendida
Nas areias dos poços sem fôlego
Existir era um ponto de mácula importado
Nas paredes demolidas de um sonho em preto e branco

Fui negação por quase todo o intervalo
Entre a punhalada e a carícia
Para me render em drops falidos
Inalações disfarçando laços de fogo

Golpe único
Golpe solitário
Jugulares enterradas na palma da mão
Não querem ser salvas

Era aquela desfigurada
Para roubar versos de lábios roxos
Delicados rumores suspendendo corpos ausentes

Era o jardim em que me deitava
Para não saber das urgências
Fluía carne e pó
Uma única delícia
Na santificada tormenta

Rita M.

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