Três horas da manhã, sem sono ainda, escrevo.
O bairro Barreirinha é silencioso,
todos dormem, mas faço o que eu acho que devo.
Aqui e ali um cachorro late furioso
para a solidão dos espaços siderais
e faz trilha sonora aos sonhos imortais.
O que este poema quer de mim agora?
Uma metáfora que todos levem fé
ou a frase de efeito especial da hora?
Arre! Tem vezes que nem eu me aguento em pé,
mas resisto e converso a sós com esses versos,
multiplicando seus milagres e universos.
Não sei se eu estou triste ou chateado apenas.
A chuva cai lá fora sugerindo choro,
mas minhas decepções reais são tão pequenas
que ao muro das lamentações não faço coro.
As pessoas são únicas, singularíssimas,
e as simples, gentis, não são exceções raríssimas.
O mundo é bom até demais pra ser verdade,
me belisco pra ver se não estou sonhando.
Não vou deixar minhas tristezas na saudade
ou minhas alegrias sem como, onde ou quando.
Abre-se a porta e ouço a cama me chamar.
“Meus carneirinhos, tenho tanto pra contar!”
antonio thadeu wojciechowski
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