domingo, 12 de julho de 2015

Pedra.


Eu quis numa noite passada ser algo
Entre uma estrela e uma estrada
O passo, O piso, os risos achados
A ponte, o portão, alguma algazarra
A premissa desse caminho mortal
O cordão que transfundi a vida
o laço nos sapatos, quando esta se finda
E na morte completa o ato de piedade final
Assim também quis sê-lo
Mas derramou-se sobre mim o visgo
Deixando apenas um tropeço,
A pequena pedra à sombra de um rio
E desconfio que nem suas várzeas o conheceram
E ainda assim permaneci, paisagem obsoleta
Numa tela de quimeras e incertezas
E nem estrela ou estrada por mim passaram
Eu fui só, observando o rio paralisado
Numa estrada seca, numa noite desatrelada
De outros sonhos, de outros nós
No caminho permanecida,
Fiz-me tal e qual pedra em meus silêncios

Cristhina Rangel.


( Poesia Miojo 08.07.2015)

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