a vida
desenrola fatos
e eu
abro abismos e espasmos
em espaços internos
eu
deslizo por caminhos anímicos
e a vida
plural
desiste em hiatos sísmicos:
saídas corrompidas por infernos
a vida
anda na contramão das sinas
e eu
perdida
abro-me para os lados
perco-me
cínica
dos sons e do sol
no silêncio da cisma que antecede
a escuridão de saber-se
só
fujo
dos sonhos
mas nunca em vão
com eles vão os nãos
que
os sonhos
dão
finjo
ser mais forte
do que o orvalho
beijando o brilho
de uma flor de aço
sim
eu
faço e falho...
a vida
mergulha em mim
e me olha
eu
abraço feridas inesquecidas
invisíveis
invisível,
escondo-me da fogueira
da insensata juíza:
a vida só me mostra
da vida
cicatrizes...
a vida
e seus matizes
desenrolo-os em tentativas
sem expectativas ou saudades
sem asas ou pontes
eu
vivo
a vida
sem saída...
sem depois
nem antes
Samantha B.
S.
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