Meu pai não tocava violão. Não ensinou-me música ou qualquer
outro tipo de arte. Era um homem rude. Fora criado num batente duro, onde a
aspereza era fruto de um solo árido. Um operário semianalfabeto, que trazia-me
sempre restos de brinquedos e sobras das casas que ele ajudava a construir ou
reformar. Era de pouco falar e olhava-me, como que pedindo desculpas. Seus
olhos eram repletos de lágrimas e ternura.
Com ele foi que aprendi que o amor tem várias vertentes.
Luiz Medina
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