domingo, 9 de agosto de 2015

VERTENTES


Meu pai não tocava violão. Não ensinou-me música ou qualquer outro tipo de arte. Era um homem rude. Fora criado num batente duro, onde a aspereza era fruto de um solo árido. Um operário semianalfabeto, que trazia-me sempre restos de brinquedos e sobras das casas que ele ajudava a construir ou reformar. Era de pouco falar e olhava-me, como que pedindo desculpas. Seus olhos eram repletos de lágrimas e ternura.

Com ele foi que aprendi que o amor tem várias vertentes.

Luiz Medina

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