sábado, 22 de agosto de 2015

ESSA PAIXÃO CHAMADA ESCREVER

 - Por Isabel Furini

Escrever parece um ato de magia.
A criação literária é como a frágua de Vulcano. Escrever nunca é morno. Escrever é angústia, raiva, incêndio, esperança, fingimento e desespero. É criar castelos de areia com palavras e temer a ventania.
Escrever é emoção primitiva, instinto de auto-expressão. É gritar, usando corretamente a linguagem. É, então, grito medido, sofisticado - chamo isso de fingimento - pois é grito visceral, mas contido. Educado para expressar-se através de figuras estilísticas, discursos e silêncios, focos narrativos e personagens.
Escrever é colocar rédea nos valos da emoção. Civilizar a cólera. Contê-la para não expor em demasia esse eu paradoxal que deseja expressar-se e ora aparece, ora volta-se sobre si mesmo.
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Escreve é, às vezes, um ato de coragem e outras, um ato de estupidez. Mas sempre uma busca de catarse.

O texto é produto do transbordar de um eu - Netuno, escondido nas águas do inconsciente. E é esse eu desconhecido que brinca com as palavras, deleita-se com as próprias histórias e incentiva a navegar no tempestuoso mar da literatura.

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