“Falando a respeito de tempo e espaço, os blog’s assim como
qualquer outro conteúdo da internet, têm uma característica especial, pois
diferente dos livros na tela do
computador, o leitor tende a ver os conteúdos apenas da página principal, o que
se postou anteriormente perde consideravelmente seu significado e importância.
As pessoas procuram novidades e a velocidade com que as
informações são divulgadas, com a possibilidade de se navegar em inúmeras
páginas em um curto espaço de tempo, trazem esta sensação do imediatismo, do
novo, tornando os conteúdos voláteis. Vemos muitas vezes no blog do
Pó&teias, conteúdos sendo postados novamente, ou seja, o próprio autor tem
a consciência de que sua obra já ficou
no esquecimento, trazendo-a à tona com esta nova postagem. “
Eliane
Os blogs não eram
mais do que simples diários onde as pessoas engavetavam emoções neste
emaranhado virtual e etéreo da web,que por sua vez principiara para atender as
demandas acadêmicas e militares.
Em curto espaço de tempo esta nova mídia foi ensejando um
novo tipo de meio-mensagen ,onde os domínios do subjetivo, íntimo, privado
foram se espraiando para uma nova forma de sub-literatura,fora dos cânones
acadêmicos, mas ainda amadora .
Contudo hoje em dia convivem meros rascunhos , como quartos
de dormir mal arrumados diante de uma porta escancarada para um olho imenso que
a tudo devassa enquanto cegos enquanto se tropeça nas roupas , espalhadas pelo
chão.
Com efeito podemos discorrer sobre a sociedade de fim de
século, época de transição , de grandes transformações marcada por uma
diversidade de formas e camadas de relacionamentos inusuais á poucas décadas,
onde o ciberespaço cumpre o papel de ponte fantasma entre a inconstancia,o
delírio e a pseudo profundidade dos contatos que em certo sentido aboliram a
interação física;relações superficiais na contradição a abertura total a desinibição,incluindo a intima e a erótica em níveis não do
experienciado mas do imaginado.
Quanto ao blog em questão nos remeteremos a sociedade vídeo-
adicta , onde o tempo é variante adversa daquela empregada na leitura do
livro,o lead e a informação direta, não necessariamente objetiva predominam
,isso em parte já ocorria na literatura ,as shortstories e as crônicas, os
minicontos nos jornais; estórias
ligeiras. Embora seja platitude ficarmos nesse argumento. Não esqueçamos do fenômeno
dos e-boocks. As questões que se apresentam :1) os leitores dos e-books são os
mesmos que cultivados pela leitura dos
livros de celulose e seus filhos herdeiros de tais acervos culturais, lêem os
dois meios ou não?2)Como ficaram as editoras nesse processo ?
Penso que haverá uma multi- coexistência de maneiras de
absorver literatura e cada geração resgatará no espírito de sua época as cores
, as paisagens de suas letras,como fora no passado e assim é no presente.
No que se refere ao efêmero do postado,digerido ou não
apenas mantém a força breve das breves lembranças,profundidades não trazem a
tona o que a juventude busca.Tempestade e ímpeto.Um tiro de uma frase certeira
, um conciso veneno ou elixir, bastam, não é a
demanda do santo Graal.revelações profundas ainda são o continente de um
bom livro ou de um e-book, talvez.
Com relação ao ocorrido com o referido blog, então
denominado Pó&teias sou de opinião,
que as repetições nas postagens, tem mais a ver com o caráter pré-profissional
que induzem seus colaboradores a erro por mero esquecimento do que fora
postado, creio que se houvesse algum mecanismo que lembra-se que tal ou qual
texto já fora publicado, não haveria tal
fato.Uma questão de ordem técnica.
De outra ordem é a qualidade dos textos e a Leitura que
deles se fazem pelos leitores “virtuais’,o primeiro pode ser lapidado ,
filtrado, quanto aos leitores que ora também podem vir a se tornarem
colaboradores, está muito ligado a alguns fatores de proximidade seja de comunidades de relacionamento virtual de
perfil literário ou participes de grupos poéticos e de escritores em sua
maioria freqüentadores dos mesmos espaços culturais urbanos boêmios ou não, e
sim os anônimos presos nas teias do ciberespaço.
Wilson Roberto Nogueira
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