Em Curitiba, num bairro chamado Uberaba, existe um lugar
chamado Bosque do Quinto. Não se sabe
direito a origem deste nome. Pois uns dizem que o apelido do primeiro dono era
Quinto, já outros dizem que seria abreviatura da expressão “Quinto dos
Infernos”, por causa da grande quantidade de suicídios nos anos sessenta por
lá. Esta floresta é localizada entre a Igreja Santo Antônio e a Avenida das
Torres. Nesta região
existem muitas lendas urbanas que leremos abaixo:
A Ruiva do Bosque:
Reza a lenda que antes dos anos sessenta, o número de
suicídios era alto no Bosque do Quinto. Naquela época existiam dois irmãos
ruivos, Jaqueline e Zeca, que moravam próximos a este local.
Um certo dia, Zeca entrou em depressão porque estava há um
ano sem conseguir emprego. Por isto pegou uma corda e suicidou-se no Bosque do
Quinto. Mas, sua irmã notando seu desaparecimento, resolveu procurar o rapaz.
Porém achou o moço morto naquela floresta.
Alguns meses se passaram. Então, uma noite, Jaqueline
resolveu cortar caminho na volta da faculdade e passou no meio do Bosque do
Quinto. Porém, um bandido atacou a pobre e a moça morreu com sete facadas no
local.
Algum tempo depois, pessoas passaram a ver um fogo alado, no
meio daquela floresta, todas as noites.
Porém três meninos corajosos, Manoel, Alexandre e Rodrigo,
decidiram jogar bola, na grama aberta, em frente ao local. De repente, o
brinquedo caiu no Bosque do Quinto e os garotos começaram a discutir:
- Manoel, vá pegar a bola!
- Eu não vou porque tenho medo do fogo voador.
- Rodrigo, eu também possuo medo do fogo alado.
- Manoel e Alexandre, deixem que eu vou, então!
Rodrigo foi penetrando pouco a pouco na selva. Quando, de
repente, viu uma espécie de fogo. Porém, ao se aproximar viu uma moça ruiva com
uma bola na mão. Deste jeito ele falou:
- Moça, por favor, quem é você?
- Poderia me devolver a bola?
A donzela respondeu:
- Sou Jaqueline, a guardiã desta floresta e o fogo voador
que as pessoas dizem ver é o meu cabelo ruivo.
Após esta explicação, a dama devolveu o brinquedo ao garoto,
que contou a novidade para seus amigos, deixando os pequenos maravilhados.
O Fim dos Suicídios no Bosque:
Marcelo era um morador de um conjunto chamado Jardim
Centauro, que ficava quase na frente do Bosque do Quinto. Um dia, ele perdeu o
emprego e resolveu se suicidar naquela floresta. Quando ele estava amarrando
uma corda no pescoço, Jaqueline surgiu e começou a falar mensagens positivas,
que fizeram com que o rapaz desistisse do ato impensado.
O Homem Elefante:
Num sítio, quase em frente ao Bosque do Quinto, morava um
senhor com uma doença rara chamada elefantíase, que fazia com que suas pernas
ficassem com formato de pernas de elefante.
Um certo dia, este idoso estava sentado ao lado do poço da
floresta. Quando, de repente, uma moça que passava pelo local avistou as pernas
do ancião e começou a gritar:
- Socorro!
- Um homem-elefante!
Desta maneira, o Bosque do Quinto passou a ter a fama de ser
assombrado por um homem-elefante que desaparecia no poço.
Esta história chamou a atenção de Sônia, uma garota que
amava elefantes. Uma vez, ela foi sozinha até a floresta, perto do poço, com a
finalidade de ver o tal homem-elefante e para isto ela escondeu-se atrás de uma
árvore. De repente, Jaqueline apareceu e perguntou:
- Menina, o que você está fazendo aqui, sozinha?
Sônia respondeu:
- Quero conhecer o homem-elefante. Pois dizem que ele mora
dentro do poço e aparece por aqui.
Naquele mesmo instante, Jaqueline desapareceu.
Sônia sentiu um calafrio, mas voltou a se concentrar no
poço. Deste jeito, como um raio, o homem-elefante apareceu e a menina se
aproximou:
- Então, o senhor existe!
- É o homem-elefante que mora dentro do poço!
O ancião ralhou:
- Na verdade, esta história é absurda!
- Minhas pernas são estranhas porque tenho uma doença
chamada elefantíase.
De repente, Jaqueline surgiu e explicou:
- Sem falar que eu, também, estou sempre rondado este poço,
que tem uma vela acesa ao redor. Eu sou a protetora da floresta e preciso estar
perto dos quatro elementos: terra, ar, fogo e água. A terra e o ar eu já tenho
naturalmente, mas preciso do fogo que a vela representa e da água que tem a
participação no poço.
Desta maneira, Sônia ficou feliz com a explicação dos dois
seres quase mágicos.
Luciana do Rocio Mallon
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