quinta-feira, 4 de fevereiro de 2016

TEMPOS DE INDIFERENÇA.


Estamos no tempo da indiferença
Esquecemos os preceitos das nossas crenças
Os relatos de outras vidas
Pais, avós e bons amigos
Todos ficam esquecidos , são inconvenientes
Quando a voz da gente não recita
As mesmas normas e regras de vida.
Passamos acumulando frases prontas
Imagem, estética e todo o mais
Que possa parecer leve, suave ou algo mais
E complete os nossos vazios emocionais
Mas nada como a critica implícita
Ao que fala da tristeza, da doença
E deixa por um momento
Esquecida também a beleza
Não é mais normal sinceridade
Um num zás-trás , uma vez mais
Somos cobertos de poeira
Só uma pá de cal e outra de cimento
Sufocando a liberdade do nosso pensamento
Então felizes os hipócritas que choram às escondidas
E fazem rimas calmas, comovidos
À divina arte de omitir a própria dor
Meu aplauso e meu louvor
Pois essa capacidade não possuo
Sou um mero observador
Já me deram o nome que tem na cruz
Já me puseram a coroa de espinhos
Desde que bebi o vinagre dos meus versos
Não tenho medo, a minha rima é consumada
Não é pra consumismo...
E eu não uso chapéu, o sol me queima
E eu vou só sumindo
Antes que me peguem para Cristo
Me converto a escrevedor
Poeta mente em outro nível.

Cristhina Rangel.Balcão de Poemas

Nenhum comentário: