domingo, 18 de setembro de 2016

Livros da minha vida 10 - As Forças Desarmadas


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Por ocasião de feriado de sete de setembro, postei no feici búqui que meu desfile do Dia da Independência seria com trabalhadoras, campoenses, médicos, professoras e por aí vai.
Nada contra os militares, mas até hoje não entendo porque, sendo a pátria e sua independência (?) lugar e conquista de todos, porque, então, apenas um estrato da sociedade deve estar representado na marcha comemorativa?
Bem, mas não é sobre isso que quero falar.
Encerrei o post daquele dia avisando que meu desfile seria o das forças desarmadas, e é aí que entra o que tenho a dizer.
As Forças Desarmadas foi um dos belos livros de contos que li em minha vida, ainda bem jovem, mas o curioso é que só cheguei a essa conclusão algum tempo atrás, já bem mais pros 50 do que pros 40.
O autor, Júlio César Monteiro Masrtins, apresentava um pequeno programa sobre livros e literaturea na primeira rádio em que trabalhei em minha vida profissional, ainda como estagiário, a Estácio FM.
Em uns dez ou doze contos (não lembro bem, não tenho mais o livro na estante, apenas em minha lembrança), Júlio César apresenta uma visão crítica da juventude da época - primeira metade da década de 80 -, perdida nas drogas e no tal vazio existencial da falta do que e de quem amar, oprimida pela agonizante ditadura militar e já escravizada pela indústria cultural.
Acho que o livro tem um cheiro de Caio Fernando Abreu, grande influência da época. Se por acaso você aceitar minha dica e se interessar em ler, diga depois se achou o mesmo.
Júlio César Monteiro Martins escreveu mais livros. Lembro que li outros dois, mas me passaram em branco.
Fiquei anos sem ter e procurar notícias dele. E sem lembrar de As Forças Desarmadas.
Até que, há não muito tempo, soube pela internet que fora viver na Itália ainda nos anos 90, me parece.
E que falecera em 2014.
Impactado pela notícia, o nome do livro pulou automaticamente de velhos fichários mentais, trazendo pela mão seu conteúdo e seu valor.
Saiu do ostracismo de minha memória de meia idade para desfilar na avenida chamada Livros da Minha Vida.
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André Giusti

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