“Que é o Poeta
senão o burlador das fronteiras da vida,
o constante fugitivo das dimensões do mundo,
o prodigioso funâmbulo, a dançar em cascatas e
labaredas?...
...o ouvido que melhor ouve o apagado e esquecido,
e recolhe sua informulada queixa e seu cântico
longínquo;
--o ôlho que mais longe avista,
até onde as formas ainda são simples esquemas,
onde tudo que parece o mais simples
se desdobra e entrelaça em trama profunda.
Sem ser Deus, nem profeta, nem sábio,
mas tudo isso, imperfeitamente e amargamente,
porque é apenas um Poeta.
Tudo tão claro, para ele, nos reinos do impossível,
e, fora dele, só obstáculos.”
(Trechos de um poema da Cecília Meireles para Jorge de Lima
morto)
“Quem poderá explicar a origem de um poeta, esse raro
inconcebível entre os homens, que faz renascer a língua com tanta perfeição
como se nunca tivesse sido desvirtuada por milhões de lábios e destruída por
milhões de letras até que ele, o único, com olhos perscrutadores, mirasse todas
as coisas passadas e futuras com olhar elevado, envolvido em cores de aurora...
(trecho de Stefan Zweig em Despedida de Rilke, Munique)
‘Poeta é quem cria, independente de qualquer forma
literária, o poema, esse organismo verbal que é um ponto de encontro entre a
poesia e o homem”
(fiz uma pequena alteração em texto de Octavio Paz, em O
Arco e a Lira)
Fonte : Rubens Jardim
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