“O drive-in não passava de um terreno baldio e escuro, cheio
de árvores. O proprietário, sem dinheiro para construir um
motel,
ergueu uma porção de boxes separados por muros de cimento,
onde
se estacionava para namorar. O preço era uma bagatela e dava
para
ficar ali até o amanhecer. A única exigência era entrar com
os faróis
baixos para não iluminar nenhum par de peitos no carro dos
outros.
– Onde fica a tela desse negócio? – Evelyn perguntou.
– Na sua imaginação. – ele respondeu, sem acreditar que ela
fosse tão inocente.
– Mas e o filme? – ela insistiu.
– É o mesmo. Há milhões de anos.
– As pessoas vêm aqui para transar?
– Não necessariamente.
– Mas num lugar escuro como esse, um homem e uma mulher
não ficam dentro do carro apenas conversando e escutando
rádio...
– Provavelmente não.
– Então o que a gente vai fazer?
– Conversar e escutar o rádio. O que você acha?
– Não acho legal.
– Então, só resta uma opção.
Ela sorriu. Chegou mais perto dele. Evelyn tinha os seios
lindos.
Talvez mais lindos que os de Maggie.”
André Giusti
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