Reza a lenda que quando a cidade de Sevilha, em Andaluzia na
Espanha, foi invadida pelos mouros ficou muito destruída e, logo depois, seu
povo tornou-se com a autoestima baixa e com a aura depressiva.
Naquela mesma época uma caravana de ciganos acampou nesta
cidade. Então a cigana Consuelo resolveu dar uma volta no local e notou que as
pessoas estavam muito tristes. Assim ela resolveu rezar para Santa Sara:
- Santa Sara, faça com que o povo de Sevilha recupere a sua
alegria.
Naquela mesma noite, Consuelo notou que seu corpo saiu da
esteira onde estava dormindo e começou a dançar sozinho, guiado por uma força
estranha através de um compasso ternário, que conforme dizem os relatos
místicos é o compasso que os santos bailam. Assim esta cigana deu passos como:
“paseos”, “pasadas”, “remates” e “careos” por meio de quatro “coplas”. Assim,
ao mesmo tempo, que esta donzela começou a dançar, ela passou a cantar letras
de músicas em homenagem à Sevilha.
Os outros ciganos ao escutarem o som, acharam o bailado
maravilhoso e se dividiram em pares para dançarem a música.
No dia seguinte, eles resolveram mostrar este espetáculo à
cidade. Deste jeito Consuelo cantou músicas em homenagem à Sevilha, enquanto os
pares dançavam. Assim a população do local recuperou sua autoestima voltando a
ser alegre. Por causa das canções em homenagem a esta cidade, que acompanhavam
esta dança, ela passou a ser chamada de Sevilhana e ficou tão popular, que
começou a ser bailada em todos os tipos de festas em Andaluzia.
Somente mais tarde é que surgiram letras de sevilhanas com
outros temas.
Reza a lenda que quando uma “bailaora” começa a fazer aulas
de sevilhanas e tem algumas dificuldades em aprender os passos, Consuelo, a
cigana das sevilhanas, aparece nos seus sonhos para ensina-la e no dia seguinte
a aluna acorda com a dança decorada.
Luciana do Rocio Mallon
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