Ser autêntico exige um alto preço -- preço que pouquíssimos
estão dispostos a pagar. Você pode ser linchado pela opinião pública (como Zola
no caso Dreyfus), você pode ser vítima de atentado (como Sartre na Guerra da
Argélia), você pode tomar cicuta (como Sócrates), você pode ser crucificado
(como Jesus). Ou então você muitas vezes vai ser obrigado a andar sozinho,
nadar contra a corrente, dar murro em ponta de faca... Nem todos estão
dispostos, na hora do cafezinho, numa reunião familiar, numa festa de amigos, a
serem vistos como estranhos, exóticos, excêntricos -- sobretudo quando não há
glamour nessa excentricidade. Mas beleza, eu entendo, é mais seguro andar na
mesma direção do rebanho. Só não se queixe se você for classificado naquela
categoria que Fernando Pessoa chamou de "besta sadia", "cadáver
adiado que procria"...
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