sexta-feira, 11 de setembro de 2015

28


Só agora lavro o poema da tua carne;
as ervas aromáticas do teu sexo. Sabes
quanto ardi para roubar-te às hienas.Só
agora penetro em teu reino com o fogo
e a lança(e gritas sob mim clamando os
anjos para aplaudir). Sou a vigília ancestral
do teu bosque(e a faca rasgando a fruta),
Só há um tempo que desata os cachos
e adoça as raízes: o tempo que aborta
a ira. Por isso, habita-me com teus ritos;
tu que irrigas a chama sagrada.
SALGADO MARANHÃO

(Do livro Avessos Avulsos).

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