Nos anos 70, em Curitiba, morava uma mulher de classe média
alta chamada Gilda. Desde criança, ela costumava passar as férias na sua casa
de veraneio localizada na praia de Caiobá no litoral do Paraná. O problema é
que desde criança, esta moça tinha o péssimo hábito de roubar chinelos na beira
do mar. Aos trinta anos de idade, ela já tinha dois armários só com chinelos de
banhistas roubados.
Num lindo dia de verão, Gilda viu na praia um par de
chinelos azuis com pedrinhas de turquesas, em cima de um tipo de altar, onde
existiam velhas azuis ao seu redor. Assim a mulher roubou estes calçados.
Naquela noite apareceram, para ela, duas pessoas em seu
sonho: uma era adulta e outra era criança. De repente, a mais velha disse:
- Eu sou a Cigana da Praia e esta outra minha amiga chama-se
Mariazinha da Praia. Viemos visita-la porque você fez algo muito horrível:
- Roubou os chinelos azuis que foram presentes de fiéis para
Iemanjá, a Rainha do Mar.
- Por favor, devolva os calçados no mesmo local e doe os
outros chinelos roubados para instituições de caridade.
De repente Gilda acordou com falta de ar e na manhã seguinte
devolveu os calçados ao altar e doou os chinelos afanados para um asilo de
idosos carentes.
Deste jeito ela parou de roubar, na praia. Até que vinte
anos depois, esta moça estava na areia e avistou chinelos dourados na parte
mais funda do mar. Gilda, não resistiu, e tentou nadar até os calçados, mas
acabou se afogando.
Reza a lenda que o espírito de Gilda perambula pelas praias
brasileiras roubando chinelos.
Luciana do Rocio Mallon
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