Ela reparava o quanto o céu era grande
enquanto recolhia as roupas do varal
Ela olhava o céu e as crianças.
Ela queria ser parte daquele céu
se via tão pequena diante dele mas ao
mesmo tempo tão grande dentro de si.
Ela voava de dentro de sua cabeça
e era bela a paisagem que inventava
para o resto dos seus dias.
Sua mãe lhe dizia o quanto ela era
parecida com seu pai, seu pai era seco
e infeliz, e isso não lhe deixava nada bem.
Ela sabia que tinha que sair dali
Sabia que não podia ser mais uma mulher
obediente e casta.
Ela agora lavava as louças, mas já não
era mais parte daquele lugar, daquele mundo. Um dia ela
virou céu, ao se desprender da perfeição que todos exigiam dela.
Ela virou céu, ela virou o céu mais lindo que os olhos podem
alcançar, vivendo sua própria vida sem se importar com o que os outros iam
pensar sobre ela.
Agora ela tem asas extravagantes e voa.
MT. Lannes
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