No início da primavera, à noite, em Piraí do Sul, um doce e
delicado perfume invadia o ar. Era o início da florada da giesta, uma planta
arbustiva que produzia belas e olorosas flores amarelas, ficando recoberto por
elas. E como em Piraí muita gente a tinha plantada em seus jardins, na cidade
toda, os moradores deliciavam-se com ele.
Sobre a giesta existe uma história muito bonita, pois depois
de Jesus nascer, o Rei Herodes mandou matar todos os meninos recém-nascidos
para eliminá-lo. Só que, um dos ajudantes do cruel rei, para evitar que se
matassem muitas crianças, sugeriu que na porta da casa de Jesus se colocasse um
ramo de giesta, pois dessa forma os soldados de Herodes saberiam onde o Menino
estava. Porém, no dia seguinte, quando os soldados procuraram a casa ficaram
espantados, porque todas as casas estavam enfeitadas com gistas nas portas.
Dessa forma, essa bela planta está associada à tentativa infrutífera de matar
Jesus.
E por isso, em Portugal, na sua região norte, a todos os
dias 1º de maio é comum ver-se ramos de giestas decorando as portas das casas,
pois segundo a crença popular, a giesta tem a propriedade de afastar o diabo e
o mau-olhado das casas.
Coincidência ou não, como o Senhor Menino Deus é o padroeiro
da cidade de Piraí do Sul, talvez a profusão de giestas que lá existiam, ou
ainda existem, esteja relacionada com isso, pois esta linda e aromática flor
significa preferência e renovação.
George Abrão
CONCURSO DE CRÔNICAS E POEMAS "PIRAÍ DE
ANTIGAMENTE"
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