Se antes
Cervantes lia
Odisseias
Bem acomodado
Num amplo sofá
Sigo agora o
Anti-romance lá fora
Escaldando a fala
Aos gritos dos que
Batalham um beijo
Se antes
Cervantes via
Monstros, gigantes
Em simples moinhos
Modestas cenas no caminho
Me deparo hoje
Com o que a toda hora
Foge no voo da fortuna
Dos surpreendidos
Daqueles que a derrota adora
Se antes
Cervantes agia
Com os nervos à flor
Do peito pronto
A defender, atacar
Neste instante
Não há quem plante
Uma fantasia, não está
Aqui o amigo criador
De porcos, meu parceiro
No passado
O heroicizado
Morreu numa cama
Sem glória e sem
Dinheiro
No presente
Este que vos assina
A saga, segue
Em frente, no desafio:
Enfrentar-se.
Paulo Betancur
Nenhum comentário:
Postar um comentário