O teclado dorme
E os vizinhos
agradecem
Caíram os dedos
Desta colheita de
silêncio
E o que pode ser dito
Balança na boca de uma
Nervosa mastigação
Falar entre dentes
É o fruto proibido
Da árvore sanguínea
Da raiva legítima
Da falta de educação.
E nada como ir embora
Sem falar
absolutamente
Nada.
Calar nunca foi tão
doce
Quanto nesta estação.
Alexandre França
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