Dario Vellozo
Plenilúnio. O olhar molha as colunas dóricas...
Junto ao pronau medito, evocando o teu rosto.
Que saudade de ti, dessa tarde de Agosto,
De tintas outonais e visões alegóricas!
Saudade!... O coração lembra idades históricas...
Na Atlântida eras tu pitonisa... Ao sol posto,
Dizias da alma irmã os arcanos... Teu rosto
Banhava-se na luz das estrelas simbólicas...
Tantas vezes perdida! Imerso em luz ou treva,
De vida em vida, à flor do céu, te procurava,
Na dor da solidão... E, quando a lua eleva
A lâmpada votiva, eu te procuro ainda,
- Alma branca, alma irmã, alma em flor, alma eslava -,
Na poeira dos sóis da solitude infinda.
(Templo das Musas, 3 de Novembro de 1928.)
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