terça-feira, 19 de agosto de 2014

Priscila Merizzio


Recebi um e-mail que deixou-me bem pensativa. Tranquilamente, muitas pessoas gastam dinheiro com celulares caros, contas telefônicas, cervejas, cigarros, maconha, restaurantes, roupas de marca, artigos supérfluos e etc. Na hora de ajudarem com patrocínio para projetos artísticos ou de comprarem um livro de R$35 ficam reclamando que não têm dinheiro. Cada um compra o que quer e o que pode, afinal, somos todos livres e temos nossas prioridades. Também não banco aqui a rancorosa, banco a lúcida. Entenda quem tiver sabedoria para. A quantia de gente que me pediu exemplar gratuito de Minimoabismo (ed. Patuá, 2014) não está no gibi. Logo que falei que lançaria um livro, brotou pedinches de lugares inimagináveis. "Me dá um livro?". Eu disse, pacientemente e automaticamente que não, não poderia dar meu livro porque sairia do meu bolso ou da editora. Recebi caras feias de todos os lados. Não querem comprar, não comprem, até porque, sou mascate de mim mesma até certo ponto. Agora, ficar pedindo exemplar? Minha família e alguns amigos viajaram de fora para participarem do lançamento e compraram exemplares. Quero dizer, não dei livros nem para minha mãe, que em nenhum momento pediu exemplar para ela, aliás, foi uma das primeiras a dizer que compraria livros para me ajudar, se assim precisasse. Pelamor!

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