pode me chamar de tardia,
de vadia manhã cheia de heresia,
de fada de contos,
de hipocrisia e pranto,
de canto e loucura,
de bruxa e ninfa...
eu nunca fui minha!
pode me sentir
como uma brisa escaldante,
como as asas cínicas de um hierofante,
como o breu,
o fel,
o sol,
de repente azul,
num instante demorado
como o céu de abril,
como a dor de um blues...
eu nunca fui ré,
você nunca foi hell
a lua continua a mesma,
nua e branca,
às vezes vermelha,
perhaps amarela...
mas eu nunca fui sua!
nem ela!
sou aquela mesma rua que atropela
as tentativas de sua fuga
de si mesmo
e de mim
quando você finge de cor
que a saudade
não é de cor carmim,
e que o desejo
nunca foi algo
assim tão ruim...
Samantha B. S.
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