Acordo para vestir esse idioma que
arrosta a noite anfitriã de auroras e
salteadores. Acordo incrustado em
meu penhasco a colher pérolas para
adornar os loucos. Eu teria nutrido a
agonia florida e a semântica da fúria,
mas aguardam-me essas fêmeas
vestidas de sábados, nos ávidos
becos da retina. Eis que reina uma
litania de mastro em reste. E nem
sei a cor do crime que me desnuda
sob o crepúsculo. Sou só o que
fecunda a labareda da linguagem.
SALGADO MARANHÃO
(Do livro Avessos Avulsos)
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