sábado, 5 de setembro de 2015

textão


sábado é um dia de miscigenação musical, cá por estes lados: gospel, funk (não estou falando de "brick" e afins), sertanejo pós-ef1 (ou ainda no ef1), enfim, o lumpen curte (eu estou numa vibe "ana moura" e "deolinda", por esses dias - não obstante, "black sabbath" esteja na caixinha, pra desopilar). fiquei pensando sobre os tais prêmios que a tal da anitta e afins (não faço a menor ideia de quem é lucas lucco) ganharam. sempre acreditei e acredito que o grande objetivo da arte (no aspecto da cultura como "paideia" ou "bildung" - se preferir) é a ruptura do condicionamento cotidiano (uma "epoqué" - pensando no heráclito: "o cão ladra ao que desconhece" - ou na relação de "terror", do mircea eliade, enfim... há muitos outros que eu citaria), ou seja: arte é sempre e necessariamente "pólemos", cujo grande objetivo é fazer o caboclo entrar em contato consigo mesmo, aquilo que aliena ou afasta de si, não é arte, é outra coisa (pense na diferença entre "agalma" e os princípios da "calocagatia"), em suma, esse entretenimento subproduzido - que é movido a muito "jabá" (já falei que uso muito as aspas), e que quer um estatuto que não possui (não estou falando de técnica, esses putos contratam os melhores músicos), na realidade só serve como eterno "circensis", mas o pior não é isso, alguns dirão que é um exercício de liberdade, mas não é, meu velho, isso é massificação e não escolha (este texto já está grande, então, não desenvolverei esse aspecto), o que quero frisar é que toda vez que você corrobora a audição do lixo - direta ou indiretamente - você está sustentando o subculturalismo. todo subproduto é pastiche de algo muito bom, então, vá escutar o que é bom e na próxima festa da firma, peça pra trocar a música. seja intolerante, solte o saraiva que está dentro de você.


William Teca

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