sábado, 16 de agosto de 2014



As jararacas escondiam-se no terreno da vó e tentavam me morder. Não havia segurança em lugar algum. Regina Almeida foi a primeira a alertar-me. No começo sentia medo. Depois, acostumei-me a desviá-las. Uma delas escondeu-se na sapatilha da irmã. Objetos inofensivos embebidos de veneno. No fim, um primo de segundo grau deu a vida por mim e deixou-se morrer. A jararaca virou pedra e a família para sempre comemorou o feito. Ninguém sentia tristeza. Fiquei confusa. O sonho terminou com uma voz dando-me aula sobre design de moda esportivo.

Priscila Merizzio

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