sábado, 9 de agosto de 2014

outro inverno:


o mesmo amor e não
o mesmo amar e sim
o mesmo luar estupendo
o mesmo azul monet no alto
o mesmo sangue palestino no asfalto
a mesma visita aos homens de branco
estetoscópios
olhos enigmáticos
dúvidas
um pâncreas
um pé
um coração
meu sangue em tubos
empacoto a dor
o mar de remédios
encosto a bengala alva
enquanto o carteiro traz
um livro do Beto (Frei)
que me diz como ordem:
Bárbara Lia
saiba sempre
"Reinventar a Vida"
Amém, Beto²
amo o amor e todo seu não
aceito a dor e estes fármacos
nunca a guerra e infanticídio
quero ir alto, sempre alto
minaretes em um livro
para respirar o ar dos pássaros

Bárbara Lia poema instantâneo

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