Reza a lenda que, na época do Brasil Colônia, a família real
tinha uma escrava chamada Maria, que sofria de um problema chamado Síndrome de
Fadiga Crônica. Ela não podia fazer movimentos ligeiros, que já se sentia
cansada. Por isto a pobre vivia sofrendo bullying das outras escravas, que
apelidaram esta moça de Maria Mole.
Naquele tempo a família real mandava trazer, via marítima,
gelo dos Alpes europeus com o objetivo de fazer sorvete para as crianças. Um
certo dia, este navio desapareceu e os pequenos começaram a sentir falta do
doce gelado. Então a governanta pediu para que as cozinheiras inventassem um
quitute parecido, mas nenhuma delas foi feliz.
De repente, chegou Maria Mole com seus gestos vagarosos.
Desta maneira ela entrou na cozinha, pegou coco ralado, mocotó, água e açúcar.
Assim misturou tudo e deu para as crianças, que ficaram contentes. Deste jeito,
a governanta comentou:
- Parabéns!
- Em sua homenagem este doce será batizado de Maria-Mole e,
a partir de hoje, fará parte do cardápio das sobremesas desta casa.
A criadora do novo
confeito morreu, aos 21 anos, de tuberculose. Porém depois de seu falecimento,
pessoas relataram que passaram a ver o fantasma desta escrava, na cozinha,
fazendo Maria-Mole nas madrugadas.
Diz o mito que anos depois, em São Paulo, havia uma família
de confeiteiros descendentes de italianos. Um dia, o avô notou que sobraram
muitas claras de ovos na cozinha. Com medo de desperdício, o ancião começou a
orar:
- Deus, me envie um anjo que me ajude a criar um doce com
estas claras que sobraram.
De repente, o espírito de Maria Mole ficou perto do velhinho
e fez com que ele fabricasse um tipo de suspiro com gelatina na receita. Assim
surgiu um confeito chamado Maria-Mole Paulista.
Luciana do Rocio Mallon
Nenhum comentário:
Postar um comentário