Na época do Brasil Colônia, num bairro de Curitiba que hoje
se chama Cajuru, existia uma tribo indígena. Como guardiã desta aldeia havia
uma planta carnívora gigante que ficava na boca da mata. Este vegetal tinha o
apelido de Cajuru que significa boca da mata em tupi-guarani.
Naquela tribo vivia uma índia chamada Jussara, que sonhava
em ter filhos, porém não conseguia. Ela chegou a implorar para que Tupã
realizasse o seu sonho, mas não teve o seu pedido atendido. Até que um dia,
esta moça foi chorar perto da planta carnívora, que ao ver o desespero da moça,
perguntou-lhe:
- Por que está chorando?
Jussara respondeu:
- Porque não consigo ter filhos.
A planta explicou:
Sou um vegetal mágico e posso realizar o seu desejo. Se você
colocar sete pássaros dentro da minha boca durante sete dias, você conseguirá
engravidar. Mas tem uma condição: terá que colocar o nome do seu bebê de Cajuru
em minha homenagem.
A mulher conseguiu cumprir o prometido e quando sua filha
nasceu colocou o nome de Cajuru. Porém, no mesmo dia, a planta carnívora morreu
e deixou de proteger a aldeia que foi atacada por uma tribo inimiga. Porém
Jussara e sua menina sobreviveram.
Cajuru cresceu, mas morreu aos quinze anos de causas não
reveladas. Porém reza a lenda que esta índia quando chegou ao céu viu a planta
carnívora, que era guardiã do seu povo. Então este vegetal disse-lhe:
- Minha donzela, um dia eu tive o mesmo nome que você e de
alguma forma somos parecidas. Você deverá voltar ao mundo em forma de espírito
e tomar conta da terra que, um dia, já foi da sua tribo. Aquele lugar se
transformará num bairro chamado Cajuru. Porém seu fantasma sempre aparecerá nas
noites de luar, por lá, com o objetivo de proteger os moradores.
Luciana do Rocio Mallon
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