No final dos anos noventa eu trabalhava numa loja de roupas.
Mas perto da Páscoa, os donos resolveram vender alguns ovos de chocolate lá,
também.
Uma vez, o segurança estava em seu horário de almoço, então
entrou uma mulher com a aparência diferenciada: roupas coloridas sujas, olhos
claros, cabelos e sobrancelhas loiros como se fosse albina e dentes da frente
grandes. Desta maneira a moça colocou um ovo de Páscoa grande dentro da blusa.
Mas, delicadamente, cheguei perto dela e falei, com uma cesta de compras nas
mãos:
- A senhora colocou o ovo de Páscoa num lugar indevido.
- Gostaria de uma cestinha?
Naquele instante, o ovo caiu da barriga da freguesa que
começou a gritar:
- Você está insinuando que eu roubei o chocolate?!
- Eu acabei de parir o ovo!
- Afinal se tem coelho e galinha que botam ovos. Eu como
mulher, posso dar a luz a um ovo e bem colorido, ainda por cima!
- Olhe só a minha roupa estampada!
Ao perceber que a mulher tinha problemas neurológicos, eu
disse:
- Então, por favor, me dê o ovo para que eu possa leva-lo à
maternidade, que fica no estoque desta loja!
Desta maneira a cliente começou a gritar:
- Querem tirar o meu filho!
Naquele mesmo instante, avistei a kombi do Fundo de Amparo
Social na esquina, sai da loja e expliquei o que estava acontecendo. Assim uma
moça chegou perto da mulher perturbada e começaram a conversar. Como o meu
horário de almoço tinha acabado de chegar, fui comer e quando cheguei ao meu
local de trabalho, a cliente nervosa não estava mais lá.
Luciana do Rocio Mallon
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