Ser poeta
é não aceitar
que tudo passa
e que neste passar
passaremos também.
(Este instante, este sol, esta contração no teu rosto
– para onde vão? para onde foram?)
Por isso, obstinado,
gravo na casca do tempo
– que cairá também –
meu nome e o seu:
as sanhas desse momento
nas senhas deste poema.
Passaremos, meu bem.
Mas enquanto não passarmos
brilharemos
– alto, bem alto –
como o sol.
Otto Leopoldo Winck
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