terça-feira, 23 de outubro de 2012

O AMOR RODOU A BAIANA



Dizem que o amor morreu à míngua
aprisionado no fundo de um porão
dizem ainda as más línguas
que ele fugiu de casa
no ombro uma mochila velha
com suas roupas rasgadas
um sapato bem roto
no bolso parcos trocados
na alma um sentimento de espanto
no juízo faltando um telha
na mente perplexidade
diante da insensatez
dos que dizem buscar a felicidade.

Tanta coisa tem sito dita
quem tem boca diz o que quer
mas ninguém de fato é capaz
de explicar essa atitude do amor
talvez surto de loucura
ou amargura e dissabor
diante de tanta procura
sem base nem fundamento
a que se lança a criatura
buscando fora o que é de dentro
querendo achar onde não existe
o remédio que é veneno
para a angústia que persiste.

Essas razões meio ilógicas
assim expostas ao vento
talvez expliquem o porquê
do amor querer desertar
do seu ofício maior
que é a vida alegrar
de forma leve e feliz
de um jeito até demodê
do modo que o mundo não quis.

- por José Luiz de Sousa Santos, o JL Semeador, na Lapa, em 03/11/2008 -


Nenhum comentário: