terça-feira, 30 de outubro de 2012

Eu e mais ninguém



Madrugada. Ninguém na rua. Só eu,
Pensando em versos, caminho em paz.
O céu está limpo. Como um camafeu
Preso, a Máquina Pneumática jaz.

Ter constelações e não ser capaz
De amar, de lembrar o que se perdeu
E infinitamente querer mais
Do que a emoção que essa noite me deu.

Ser poeta, equívoco da criação,
Caminhar à noite como um zumbi,
Sozinho ser mais que uma multidão.

Ah! uma dor assim eu nunca vi...
Dói e essa lágrima que vem de fora
É toda a beleza que garoa agora!

Antonio Thadeu Wojciechowski



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