Nada mais do que pó de estrelas do universo?
Maravilha, pra mim, está de bom tamanho!
De hecatombe em hecatombe bem mais perverso
é sonhar com clemência ou achar estranho
estar na Terra e ser apenas parte da essência
das gerações que vão herdar a onisciência.
Minhas limitações mentais são reversíveis,
as físicas curam o que não tem remédio.
Nesse morrer viver, as causas impossíveis
salvam os santos homens de bem deste tédio:
o eterno vai e vem dos átomos constantes
em todas as fórmulas e formas mutantes.
Na escola do futuro, abrem-se os museus.
As igrejas de pedra pura em Lalibela
mostram a engenharia da fé aos ateus
e reacendem a luz que o sagrado revela.
Piores cegos são esses que não se enxergam,
ventos quebram as árvores que não se vergam!
Meu Deus! Meu Deus! Por que me tiraste do lodo,
se sabias que eu não estava pronto ainda?
Me vestes de carneiro quando sou lobo;
poeta, quando a pena estéril já definha
ou tudo isso é somente sonho e miragem
da vida que se assemelhou à sua imagem?
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